Uma boa música é essencial na hora de praticar atividades físicas ou dança. No entanto, os frequentadores de academias estão expostos ao risco de prejudicar a audição em razão dos altos níveis de intensidade sonora a que estão expostos constantemente. O alerta é da fonoaudióloga Vanessa Gardini que explica haver um limite de tempo seguro para a exposição a sons altos, que normalmente é ultrapassado em aulas ou treinos que costumam durar mais de uma hora. “Os professores que trabalham nas academias estão ainda mais em risco, pois passam muitas horas no local com som alto”, afirma.
Os primeiros sintomas de que a música alta na academia passou dos limites são bem característicos. “Sensação de ouvido entupido ou zumbido são os primeiros sinais da fadiga auditiva. Podemos compará-la às dores musculares após uma sessão de exercícios pesados. A diferença é que, quando a fadiga auditiva ocorre com frequência, os ouvidos não se recuperam. Isso causa a perda auditiva definitiva”, esclarece a especialista.
SAIBA MAIS
Quando a perda está instalada, o sistema auditivo passa a trabalhar de maneira diferente, podendo agravar o caso. “Pessoas com perda auditiva não tratada podem sofrer com diversos problemas relacionados ao sistema auditivo e neurológico, como zumbidos, dificuldades em escutar, perda de equilíbrio, diminuição da noção de localização espacial e consequente aumento do risco de quedas, perda de memória, risco aumentado de desenvolver mal de Alzheimer e outras demências”, elenca. “Isso tudo porque a audição comprometida acaba diminuindo os estímulos cerebrais, deixando o órgão mais fraco e exposto a doenças degenerativas.”
Além dos prejuízos físicos e neurológicos, a perda de audição também afeta o convívio social. “Pessoas com dificuldades em escutar muitas vezes não conseguem participar de conversas em grupo, sentem-se isolados ou com vergonha de pedir para alguém repetir uma frase por conta da dificuldade de entendimento.
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A longo prazo, este comportamento pode induzir a pessoa a evitar estas situações desafiadoras, causando isolamento e, consequentemente, problemas como a depressão”, conta a especialista.
Por isso, o recomendado é prevenir a perda auditiva, utilizando fones de ouvidos em volume baixo, ou protetores auriculares que são vendidos em qualquer farmácia. No caso de perda auditiva, uma das formas de reabilitação são os aparelhos auditivos. “Esses dispositivos eletrônicos são pequenos, discretos, regulados por um fonoaudiólogo com base nos exames de audiometria e necessidades individuais, e compensam cada faixa de frequência, dos sons graves aos agudos”, explica a especialista. “Além disso, os aparelhos auditivos modernos possuem conectividade com smartphones e smartTVs, recursos que possibilitam ao usuário atender a chamadas telefônicas, ouvir música ou assistir a programas de TV com o som sendo enviado diretamente aos ouvidos”, finaliza.